Microempreendedora transforma paixão em negócio e abre confeitaria

Microempreendedora transforma paixão em negócio e abre confeitaria

A cozinha sempre foi um ambiente sagrado para a microempreendedora individual paulistana Mônica Wright Machado, 57. Durante a infância, era ali onde ela ajudava sua avó materna, Dedé, a preparar deliciosas receitas.

Na adolescência, aquele era o ambiente que gostava de explorar e testar criações. Porém, foi na fase adulta que Mônica fez do espaço seu ambiente de trabalho e passou a produzir bolos e doces para comercializar em sua marca homônima: a Mônica Wright Machado.

Antes de se tornar confeiteira profissionalmente, todavia, Mônica exercia um trabalho bem diferente.

Graduada em letras, a paulistana trabalhou durante 28 anos como secretária executiva. “Quando terminei o colegial, em 1978, queria estudar algo relacionado à gastronomia, mas naquela época não havia nenhum curso da área por perto. Fui fazer letras porque sabia que isso me permitiria trabalhar em vários setores”, afirma Mônica.

Após pegar o diploma, Mônica começou sua trajetória como secretaria executiva em grandes corporações. Porém, ela não deixou seu hobby e paixão por cozinhar de lado. “Eu gosto de doce desde pequena. Sou uma formiga e sempre fui. Por isso, mesmo trabalhando em escritório, eu continuei fazendo alguns cursos de confeitaria”, diz a paulistana.

Mônica Wright Machado (Foto: Divulgação)

Ainda que a gastronomia integrasse a sua vida em seus tempos livres, uma obra do acaso fez com que Mônica passasse a considerar torná-la prioridade. “Em 2010, passei a enfrentar dores fortes na minha mão. Pois, como secretária, eu digitava muito o tempo todo. Minha mão passou a doer muito. Eu mal conseguia trabalhar e tive que fazer uma cirurgia”, diz Mônica.

Durante o período de recuperação após a cirurgia, Mônica pensou que talvez fosse a hora de ela embarcar em uma nova aventura e seguir seu grande sonho de se tornar confeiteira e ter satisfação em sua vida profissional.

No ano seguinte, ela pediu demissão e ingressou em um curso de gastronomia. Dois anos depois, foi passar alguns meses em Paris, na França, estudando confeitaria.

De volta ao Brasil, Mônica foi estudar e pesquisar muito para saber como poderia se tornar uma microempresária. “Pedi muita ajuda: participei de diversos grupos, palestras, contatei boleiras e confeiteiras já inseridas no meio pra entender o modelo de negócio delas”, diz. Finalmente, em 2016, Mônica iniciou sua carreira como empreendedora oficialmente, com a empresa de bolos e doces que leva seu nome.

Mônica Wright Machado (Foto: Divulgação)

Com um investimento inicial de R$ 12 mil, a confeiteira equipou sua cozinha para iniciar suas criações.

Na mente, ela mantinha todas as sabedorias ensinadas por sua avó, Dedé. “Ela me passou um senso de organização e de reaproveitamento na cozinha que levo até hoje”, diz.
Da cozinha da confeiteira, saem bolos simples (os quais ela chama de “bolos de minha vovó”, também inspirados em Dedé), bolos decorados, confeitados, com pasta americana, naked cakes (sem cobertura) e gelados.

Mônica também cria brigadeiros e cupcakes. “O que as pessoas mais pedem são bolos de nozes com baba de moça e meu brownie de frutas vermelhas”, diz. Os produtos custam entre R$ 70 a R$ 150.

A microempreendedora entrega seus bolos para toda a cidade de São Paulo e tem parcerias com buffets. No ano passado, ela faturou R$ 24 mil.

Para este ano que está vindo, Mônica pretende apostar em mais divulgação das mídias sociais – a marca já está presente no Facebook, Instagram e site próprio – e aumentar sua clientela.

“Hoje, como confeiteira, eu me sinto muito feliz. É muito gostoso trabalhar com aquilo que a gente gosta, faz a gente sentir que temos um propósito de vida”.

 

Fonte: http://revistapegn.globo.com/Mulheres-empreendedoras/noticia/2017/12/microempreendedora-transforma-paixao-em-negocio-e-abre-confeitaria.html

Por que o jovem confeiteiro deve valorizar a troca de experiências?

Por que o jovem confeiteiro deve valorizar a troca de experiências?

Mônica W. Machado

Como graduada em Gastronomia e microempresária na Confeitaria, sinto-me muito honrada quando sou convidada para integrar a banca avaliadora de TCC’s – Trabalhos de Conclusão de Curso dessa área. Nesses momentos, posso me colocar no lugar dos alunos, porém com um pouquinho mais de experiência. É muito interessante esse olhar mais profundo para conseguirmos avaliar a evolução do nosso negócio.

Conviver com o jovem e o mundo acadêmico nos possibilita mensurar e inovar nosso negócio, com novas técnicas, ideias e conceitos. É uma troca constante  de experiências. É muito complicado julgar um aluno que ainda está aprendendo e mostrando o seu melhor. Isto porque, com aquele pouquinho a mais de experiência, percebemos que existe sempre um preguiçoso que deixou tudo para a última hora.

Naked cake Red Velvet com recheio de trufas

A arte de aprender e empreender não termina nesta existência. Aprendemos pela prática, pelo exemplo, pela dor, mas – principalmente – com a experiência alheia que está sempre nos complementando, seja com dicas, informações.

Interessante na Confeitaria é ver o aluno querer ingressar nesse mundo acreditando ser bem glamoroso, quando na verdade passamos a maior parte do tempo no trabalho pesado, em um ambiente quente, com prazos marcados, correria, o cliente que nunca está satisfeito.

Empreender, como tudo na vida, exige escolhas, foco e determinação, atributos que um jovem ainda está adquirindo. Tenho observado que o jovem de hoje não tem mais  preocupação em buscar informação, trocar experiência com pessoas mais experientes em sua área de atuação ou fazer cursos que possam agregar mais conhecimento. O jovem de hoje busca informações prontas e rápidas, não gosta de ler, tem preguiça de escrever e não tem embasamento nem vocabulário  para discussões mais especificas,  o que torna mais difícil  expressar suas ideias tanto oral quanto por escrito.

Bolo de nozes com creme de damasco

Na área de Confeitaria, a cada dia que passa se torna mais difícil contratar um profissional engajado em seu trabalho, consciente de sua responsabilidade, retentor de conhecimento e com habilidades para ser comandado.

Mesmo que tenhamos algumas universidades que oferecem um bom conteúdo ao aluno, ele ainda não está pronto para receber informação e saber transmiti-la. Mas o jeito é ter muita paciência e mesmo que esse jovem venha despreparado para o mercado, se ele for um potencial confeiteiro, vale a pena investir e sanar esse “gap”, essa lacuna.

 

 

Fonte: http://sucessonacozinha.com.br/por-que-o-jovem-confeiteiro-deve-valorizar-a-troca-de-experiencias/