Mônica W. Machado

Como graduada em Gastronomia e microempresária na Confeitaria, sinto-me muito honrada quando sou convidada para integrar a banca avaliadora de TCC’s – Trabalhos de Conclusão de Curso dessa área. Nesses momentos, posso me colocar no lugar dos alunos, porém com um pouquinho mais de experiência. É muito interessante esse olhar mais profundo para conseguirmos avaliar a evolução do nosso negócio.

Conviver com o jovem e o mundo acadêmico nos possibilita mensurar e inovar nosso negócio, com novas técnicas, ideias e conceitos. É uma troca constante  de experiências. É muito complicado julgar um aluno que ainda está aprendendo e mostrando o seu melhor. Isto porque, com aquele pouquinho a mais de experiência, percebemos que existe sempre um preguiçoso que deixou tudo para a última hora.

Naked cake Red Velvet com recheio de trufas

A arte de aprender e empreender não termina nesta existência. Aprendemos pela prática, pelo exemplo, pela dor, mas – principalmente – com a experiência alheia que está sempre nos complementando, seja com dicas, informações.

Interessante na Confeitaria é ver o aluno querer ingressar nesse mundo acreditando ser bem glamoroso, quando na verdade passamos a maior parte do tempo no trabalho pesado, em um ambiente quente, com prazos marcados, correria, o cliente que nunca está satisfeito.

Empreender, como tudo na vida, exige escolhas, foco e determinação, atributos que um jovem ainda está adquirindo. Tenho observado que o jovem de hoje não tem mais  preocupação em buscar informação, trocar experiência com pessoas mais experientes em sua área de atuação ou fazer cursos que possam agregar mais conhecimento. O jovem de hoje busca informações prontas e rápidas, não gosta de ler, tem preguiça de escrever e não tem embasamento nem vocabulário  para discussões mais especificas,  o que torna mais difícil  expressar suas ideias tanto oral quanto por escrito.

Bolo de nozes com creme de damasco

Na área de Confeitaria, a cada dia que passa se torna mais difícil contratar um profissional engajado em seu trabalho, consciente de sua responsabilidade, retentor de conhecimento e com habilidades para ser comandado.

Mesmo que tenhamos algumas universidades que oferecem um bom conteúdo ao aluno, ele ainda não está pronto para receber informação e saber transmiti-la. Mas o jeito é ter muita paciência e mesmo que esse jovem venha despreparado para o mercado, se ele for um potencial confeiteiro, vale a pena investir e sanar esse “gap”, essa lacuna.

 

 

Fonte: http://sucessonacozinha.com.br/por-que-o-jovem-confeiteiro-deve-valorizar-a-troca-de-experiencias/